Reconhecendo nossa fraqueza e candidatando-se
Outro dia, revirando minhas coisas, encontrei um pequeno pedaço de papel onde, anos atrás, escrevi:
Como me envergonha que, ainda, não encontre em Deus, todo meu prazer.
Ao ler aquela frase senti muito maior vergonha. Lembrei-me de que quando a escrevi estava compungido e sinceramente desejoso de viver para o inteiro agrado do meu Senhor. Mas, passados tantos anos, vivo o mesmo conflito e a mesma necessidade. Outra vez, não pude conter o pranto. Outra vez, precisei repeti-la diante do meu fiel e misericordioso, Sumo Sacerdote. E Ele, outra vez, me encheu de esperança! Aleluia!
Mesmo não havendo no mundo nada que seja, realmente, importante para mim. Mesmo que não haja um hobby ou lazer preferido. Mesmo que não exista nenhuma atividade que eu considere necessária e sem a qual eu não possa passar. Mesmo assim, há algo em mim que não encontra prazer em Deus! O problema não está no mundo nem naquilo que o mundo possa me oferecer. O problema está dentro de mim. É minha própria carne que se recusa a viver para Deus (Rm 8.6,7). O problema sou eu mesmo, miserável homem, que pretende fazer de si mesmo o centro de sua vida.
O que levaria o homem a desejar outra coisa mais do que a comunhão com Deus? O que nesta vida, ou na vindoura, pode ser preferível à presença de Deus? Que coisa é esta, chamada carne, que consegue nos fazer esquecer de quão doce é a comunhão com o Senhor, e nos leva a buscar contentamento e descanso em outro lugar ou atividade que não ha presença do nosso Deus bendito?
Que poder terrível é este que faz com que tenhamos motivações íntimas que apontam para o nosso louvor e não para a glória de Deus? Não fomos criados para o louvor da Sua glória? Por que, então, não vivemos apenas para Sua glória? Quando o Espírito Santo achará ambiente para nos convencer de que a palavra em 1Co 10.31 não é retórica de Paulo, mas a vontade de Deus para nós, em cada detalhe de nossa vida? Assim que: “quer comais, quer bebais, ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus”, é a vontade explícita de Deus para nós. Contudo, qual de nós vive esta excelência? Das pessoas que conhecemos quantas vivem assim?
Como é raro um coração totalmente livre para ser apenas do Senhor! Olho para Jesus e me encho de esperança! A fé se renova em meu coração! Percebo, mais uma vez que somos a família de Deus. Somos a Sua descendência! Nascemos do Seu Espírito. Habita em nós o mesmo Espírito que habita em Cristo, Temos seu “DNA” (Jo 20.17;Hb 12.11; 1Co 15.48,49; Ef 5.1). Podemos ser como ele também foi nesta terra (1Jo 4.17). Aleluia!
Olhando para Ele posso confiar que é possível ser assim. Nestes últimos dias tenho estado cheio de esperança de que o Senhor trará tempos de refrigério para a nossa alma sedenta. Mesmo com a “multiplicação da iniqüidade” e os “tempos difíceis” que caracterizam os últimos dias, quando “o amor de muitos se esfriará”, tenho a certeza de que o Senhor Se dará a conhecer ao seu povo de modo novo e revolucionário. Que a Sua glória, como nunca antes, será vista na igreja. Sua amada noiva estará ataviada e linda a esperar-Lhe (Tt 2.11-15; 2Pe 3.11,12). Deus convoca os seus à santidade e comunhão! (2 Co 7.1; 2 Tm 3.12; Sl 4.3; 65.4).
Apresentemo-nos! Ofereçamo-nos! Sejamos contados entre aqueles com os quais Ele se mostrará forte. Sejamos, cada um de nós, mais um, dentre aqueles cujo coração é totalmente dEle! Ele merece! Seus olhos procuram os que não querem dividi-Lo com mais nada ou ninguém. Procuram aqueles notáveis, nos quais encontra todo o Seu prazer! (Sl 16.3).
Aleluia!
Trecho do livro " O homem que Deus busca" de Evangevaldo Farias
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