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Relação entre Irmãos


“Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de ternos afetos de misericórdia, de bondade, de humildade, de mansidão, de longanimidade. Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos mutuamente, caso alguém tenha motivo de queixa contra outrem. Assim como o Senhor vos perdoou, assim também perdoai vós; acima de tudo isso, porém, esteja o amor, que é o vínculo da perfeição. Seja a paz de Cristo o árbitro em vossos corações, à qual, também fostes chamados em um só corpo: e sede agradecidos. Habite ricamente em vós a palavra de Cristo; instruí-vos e aconselhai-vos mutuamente em toda a sabedoria, louvando a Deus, com salmos e hinos e cânticos espirituais, com gratidão, em vossos corações. E tudo o que fizerdes, seja em palavra, seja em ação, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai.” Cl 3.12-17.

I. INTRODUÇÃO

É de se esperar que o mundo rejeite e despreze esta palavra. O problema e que mesmo na igreja, a observância de muitos mandamentos parece um peso para alguns. Veja os seguintes textos: Jo 13-14; Rm 12.10; 15.14; Gl 5.13; 6.2; Ef 5.21; Cl 3:13,16; 1Ts 5.11; Tg 4.11;5.16. É um padrão elevado, contudo, possível no Senhor. Convém então, antes de se pensar nas exigências para o relacionamento na igreja, conhecer a natureza desta relação. É preciso, primeiramente, conhecer e crer tudo o que Deus fez por nós e em nós (Gl 2.20), para então cumprirmos o que Ele requer de nós. Deste modo, “seus mandamentos não são pesados” (1Jo 5.3).


II. A NATUREZA DE NOSSA RELAÇÃO

O vínculo que une a igreja tornando-a “um só corpo”, “um único pão” (1Co 10.17) é espiritual (2Co 5.16). De igual modo, os princípios que determinam os relacionamentos na igreja não são carnais, pelo contrário, apelam para a nova natureza que recebemos: uma natureza celestial (Jo 3.6; 1Co 15.45-49; 2Co 5.17; Tg 1.18; 1Pe 1.23). Isto é loucura para o mundo, mas para nós é poder de Deus e sabedoria de Deus (1Co 1.21-24).


A. SOMOS MEMBROS UNS DOS OUTROS

Fomos chamados para ser “participantes de Cristo” (Hb 3.14). Somos membros do seu corpo, isto é, d'Ele mesmo (1Co 6.17; 12.12-13; Ef 1.22-23; 5.30). Estamos em Cristo. Em virtude de nossa união com Cristo somos membros uns dos outros (Ef 4.25; Rm 12.5).Não podemos participar de Cristo sem participar dos outros que estão unidos a Cristo (1Co 10.16-17; 11.29; 12.25).


B. SOMOS IRMÃOS

Somos filhos do mesmo Pai (Jo 1.12-13; Rm 8.16-17; Gl 3.26-28; 4.6-7; Ef i.5; 1Jo 3.1). Temos uma natureza diferente da do mundo(1Jo 3.10; 4.5-6; Jo 8.38-44; 3.6; Cl 1.13). Os que nasceram de Deus assemelham-se a Jesus Cristo, seu filho, formando com Ele uma única e grande família (Rm 8.28-29; Ef 1.3-5; 3.15), tendo sua alegria em imitar as obras do Pai (Ef 5.1), como Jesus, o irmão mais velho o fez (Jo 5.19;15.10).


III. A BASE DO AMOR

Acima de tudo “…o AMOR…” Porque? Porque “o AMOR não busca os seus próprios interesses” (1Co 13.5) A prática do amor evidencia o conhecimento de Deus (1Jo 4.7,8,11,21). Tudo que fazemos não terá qualquer valor se não for motivado no amor (1Co 13.1-3;16.14). Sem amor não há santidade (1Ts 3.12-13). O amor é o mandamento que destingue os discípulos de Jesus (Jo 13.34-35; Ef 5.1-2; 1Jo 3.16). O exercício do amor elimina os conflitos (1Co 10.31-33; 9.2; 1Co 13; Gl 5.13-14).


IV. SOLUCIONANDO CONFLITOS

Pelas debilidades, tanto nossas como de nossos irmãos, surgem conflitos entre nós que afeta a comunhão. Vamos analisar algumas situações geradoras de conflitos e as soluções do Senhor para cada caso:


A. SE VOCÊ PECA:


Deve haver confissão e restituição:

1) A confissão deve ser clara e total. Confessar não é pedir perdão. É dizer com a boca o que temos feito. É reconhecer o seu pecado e não ficar explicando-o ou justificando-o.

2) A confissão deve ser feita com humildade e arrependimento. Tão profunda quanto o pecado deve ser nossa humilhação, nossa dor. Deve ser um quebrantamento tal que nos leve a romper com o pecado.

3) A confissão deve ser feita com restituição quando for necessário e possível (Lc 19.8; Lv 6.2-5). Devemos pagar o roubado, aclarar a mentira, devolver a honra de quem foi tirada, assumindo as conseqüências do nosso pecado.


4) A confissão deve ser feita sem demora. Quanto mais adiamos, mais nos custará confessar, além de levarmos uma vida hipócrita (Mt 5.23-26; Sl 32.3; Ef 4.26).


5) A confissão deve ser feita abrangendo toda a área ofendida e conforme o ministério que exercemos: a pessoa, grupo,ou congregação contra qual pecamos.


6) Devemos confessar nossas faltas uns aos outros (Tg 5.16;1Jo 1.5-9). Mesmo quando não pecamos contra alguém especificamente, devemos confessar uns aos outros para haver maior libertação, para andar na luz e até mesmo para obter ajuda em conselho e oração.


B. SE TEU IRMÃO PECA MT 18.15-18

Devemos lembrar que cada membro do corpo é responsável por seu irmão (1Co 12.25). Todos, por amor, devemos cuidar uns dos outros (1Ts 5.11,14).


B. SE TEU IRMÃO PECA MT 18.15-18

Devemos lembrar que cada membro do corpo é responsável por seu irmão (1Co 12.25). Todos, por amor, devemos cuidar uns dos outros (1Ts 5.11,14).


2) O que não devemos fazer - Lv 19.16-18:

* Calar e ignorar o assunto: v.17; Ez 3.18-21; * Calar e guardar rancor e ressentimento: v.18 * Contar a outro para que vá falar com ele (Pv 25.9); * Murmurar contra o irmão: v.16; * Opinar sem saber realmente o que aconteceu.


Em resumo: quando vemos, nos tornamos responsáveis. Sempre devemos falar diretamente com o irmão, e guiá-lo para que se arrependa e confesse. Ajudar em sua restauração, orientando-o para que não caia novamente no erro. Comunicar fé e graça ao seu coração (Pv 27.6; 28.23; Gl 6.1-2).


C. SE TEU IRMÃO PECA CONTRA TI PV 25.9

1) Em primeiro lugar devo perdoar meu irmão (Mt 6.12,14-15; Mc 11.25-26; Ef 4.32; Cl 3.13). Isto é para mim uma libertação interior.


2) Ir e repreendê-lo para restaurá-lo. Não porque quero exigir que se faça justiça comigo, mas porque quero o bem de meu irmão. O que vou tratar não é o fato de que ele pecou contra mim e sim, que ele pecou e precisa de ajuda (Mt l8.l5-22).


3) Devemos ter sabedoria e discernimento quando formos repreende-lo, levando em conta suas debilidades (Cl 3.13-15; 1Co 13.7; Gl 6.1-2).


V. DIVERGÊNCIAS DE OPINIÕES: RM 14

Aqui se trata de cousas secundárias onde não há mandamentos claros (questões de usos e costumes):

1) Ter opinião bem definida: v.5;

2) Não impor nossa opinião: v.22;

3) Não julgar nem desprezar o irmão: v10;

4) Não discutir: v.1;

5) Não escandalizar, isto é, não fazer diante do irmão, aquilo que na opinião dele não é correto (ex.: beber, comer carne de porco, etc.): v.13


VI. ALGUNS CONSELHOS PRÁTICOS

1) A comunhão é algo recíproco, depende de ambas as partes. Podemos ser amigos dos que não são de Cristo, mas só podemos ter verdadeira comunhão com os que tem o mesmo espírito que nós temos.

2) A iniciativa deve ser nossa. Devemos amar e não esperar ser amados.

3) Não devemos estar sempre com os mais fortes. Os mais débeis precisam de nós.

4) Quando estamos juntos não fiquemos conversando só trivialidades. Devemos compartilhar experiências e falar coisas que edificam.


VII. ESCLARECENDO DÚVIDAS

1ª Em caso de maledicência, com quem consertar ? * Deve-se retratar com a vítima e com as pessoas com quem comentamos, mesmo que envolva incrédulos.

2ª O que fazer quando o valor a restituir for elevado ?

* Deve-se confessar, dispondo-se a suportar as conseqüências, sejam elas quais forem. Pode-se, ainda buscar ajuda entre os irmãos. Sempre busque orientações na liderança ou presbitério.

3ª Como restituir se o ofendido está morto ou perdeu-se o contato ? * No primeiro caso não há o que fazer, além de aceitar o perdão de Deus. No segundo deve-se estar pronto para consertar logo quando encontrar com o ofendido. Deve-se buscar encontrá-lo.

4ª Como fazer com irmãos que não reúnem conosco ? * Nada muda, são irmãos, membros do mesmo corpo


5ª O que fazer se um incrédulo me informa que um irmão pecou e pede sigilo ? * Importa obedecer a Deus e não aos homens. Informe a quem lhe contou que você terá que confrontar aquele que pecou, mesmo sem dizer a fonte. Importante averiguar a veracidade da informação.


VIII. CONCLUSÃO

A comunhão é algo que vai crescer gradualmente. Na medida em que nos conhecemos crescemos em amor. A meta do Senhor Jesus é que sejamos como o Pai e o Filho (Jo 17.20-21).

“Ora, o Senhor conduza os vossos corações ao amor de Deus e à constância de Cristo” 2Ts 3.5.

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