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Padrão de Deus para os filhos


No princípio, Deus havia criado o re­lacionamento de pais e filhos para ser uma elevada relação de amor, carinho e cuidado. Filhos felizes, supridos e pais alegres com a vida de seus filhos. Entretanto, como todas as áreas na vida do homem, essa também foi estragada pelo pecado.


A vontade de Deus para os filhos é que obedeçam e honrem aos pais.


Muitos jovens hoje são desobedientes e desrespeitosos com os pais, essa é uma tendência no mundo atual. Está escrito que nos últimos tempos os homens seriam “desobedientes aos pais, ingratos, irreverentes, desafeiçoados” (2Tm 3.1-4). Mas, Deus quer conduzir a vida familiar de um discípulo, fornecendo-lhe tudo o que é necessário para que ele viva o seu papel de filho segundo o Seu coração.


Esse assunto é muito importante para Deus. Podemos ver que Ele manifestou sua vontade para os filhos logo nos dez mandamentos (Ex 20.12); ali, Ele não disse nada para maridos, esposas ou pais. Porém, para filhos rebeldes, havia estabele­cido a mais severa pena: a morte (Dt 21.18-21; Ex 21.17). Isso expressa a seriedade com que Deus vê o assunto. Embora, nos dias de hoje, os filhos rebeldes não sejam mais apredeja­dos, Deus se sente igualmente ofendido e julgará esses filhos. O Senhor vê toda rebelião e desrespeito dos filhos aos pais como uma ofensa direta a Ele mesmo.


Deus vê a rebelião e desrespeito dos filhos aos pais como algo contra Ele mesmo.


A vontade de Deus para os filhos em relação aos pais envolve, basicamente, 3 aspectos: a obediência, a honra e a consequente promessa.


A obediência

"Filhos, obedecei a vossos pais no Senhor, pois isto é justo." Ef 6.1


"Filhos, em tudo obedecei a vossos pais; pois fazê-lo é grato diante do Senhor." Cl 3.20.


Submissão é uma decisão, fruto da própria vontade, através da qual nos sujeitamos ao governo de outra pessoa. Essa já é a atitude de todo aquele que nasceu de novo. Agora é requerida na obediência aos pais, mais uma vez, para que a vontade de Deus se realize.


Não há nenhuma humilhação nisso, mas o reconhecimento de uma autoridade que Deus colocou em nossa vida, para cuidado e orientação. Jesus, sendo o Senhor, quando jovem, foi obediente e submisso aos seus pais (Lc 2.51); por que nós, seus servos, não podemos sujeitar-nos a nossos pais? A dificuldade em nos submetermos tem origem no coração de Satanás, na raiz de orgulho e rebelião.


Deus declara que é justo que os filhos obedeçam a seus pais (Ef 6.1) e que isso é agradável a Ele (Cl 3.20).


O testemunho da vida de Cristo através da vida do discí­pulo causa muito mais impacto nos seus pais do que meras palavras.


É justo os filhos obedecerem a seus pais. A obediência deve ser em tudo. Isso é agradável a Deus.


É importante salientar que a obediência não é exclusiva para os filhos de pais convertidos. O princípio é geral, aplica-se aos filhos de pais discípulos ou não. O fato de alguns pais ainda não terem se rendido aos pés do Senhor não dá aos filhos o direito à desobediência. As únicas situações em que o discípulo não deve obediência aos seus pais são aquelas onde a ordem dos pais se contrapõe à vontade de Deus, expressa na bíblia – por exemplo, se o pai mandá-lo mentir ou praticar imoralidade sexual (At 4.18-20). Em um caso assim, o filho não poderá obedecer aos pais, ainda que sofra consequências por isso.


A honra

Ef 6.2-3; Ex 20.12.


Honra a teu pai e a tua mãe, que é o primeiro man­damento com promessa, para que te vá bem, e sejas de longa vida sobre a terra. Ef 6.2-3.


A vontade de Deus é que os filhos tenham seus pais em alta consideração. Devem considerar que a sabedoria e experiên­cia que eles têm não se adquirem na escola, mas sim no longo aprendizado da vida. Errando e acertando, ganhando e per­dendo, avaliando e corrigindo, vão agregando à sua experiência elementos para conduzir outros (Pv 1.8; 6.20).


Filho meu, ouve o ensino de teu pai e não deixes a instrução de tua mãe. Pv 1.8.


Quanta paz e bênçãos desfrutam os filhos que honram aos pais! Quanta alegria provam os pais de um filho sábio e res­peitoso! Quanta glória o Senhor recebe de um filho segundo o Seu coração!


O filho sábio alegra a seu pai, mas o homem insensato despreza a sua mãe. Pv 15.20.


Os filhos devem aprender a serem gratos por seus pais. Isso tornará mais fácil honrá-los. Eles precisam aprender a colocar maior peso nas virtudes do que nas debilidades dos seus pais.


É importante notar que o mandamen­to de Deus é que os filhos honrem aos seus pais, independentemente deles serem admiráveis ou não. Não se deve confundir honra com admiração. Há pais que não se consegue apreciar por toda injustiça que praticam: alguns praticam pecados grosseiros, outros já ofenderam os filhos de diversas formas, há até aqueles que são criminosos. Esses pais não são admiráveis, mas Deus quer que seus filhos os honrem como pais. Quando um discípulo de Jesus perdoa e honra um pai ou mãe, o nome de Cristo é honrado e glorificado.


Quando um discípulo perdoa e honra um pai, o nome de Cristo é honrado e glorificado.


A honra pelos pais se manifesta pelo trato cordial, amável e respeitoso. A falta dela é expressa através de gestos, grosserias, prepotência, altivez e desprezo (Pv 13.1; 19.26; 30.11), atitudes muito comuns no mundo.


Os olhos de quem zomba do pai ou de quem despreza a obediência à sua mãe, corvos no ribeiro os arrancarão e pelos pintãos da águia serão comidos. Pv 30.17.


Muitos pais, quando atingem uma idade avançada, são abandonados e considerados como peso na vida dos filhos. Principalmente quando ficam enfermos e precisam de cuidados especiais. A palavra do Senhor insta os filhos a que, quando os pais vierem a envelhecer, não os desprezem, antes cuidem deles e os recompensem (Pv 23.22; 1Tm 5.4,8).


Um discípulo honra aos pais respeitando, servindo e amando.


É preciso desenvolver um relacionamento afetuoso com seus pais, expressando o amor em gestos e palavras. É bom para um pai ou uma mãe ouvir expressões de amor por parte do seu filho. Muitas vezes os filhos deixam passar oportunidades de demonstrar seu afeto e carinho. Como atitudes práticas, temos:


  • Dizer-lhes como são importantes;

  • Falar bem deles a outros;

  • Presenteá-los fora das datas especiais;

  • Prestar-lhes, espontaneamente, pequenos serviços que eles estejam precisando;

  • Passar tempo com eles;

  • Conversar sobre o que eles gostam;

  • Preparar-lhes uma comida especial;

  • Uma flor, um beijo, um gesto, um cartão, um chocolate, são meios de transmitir amor, gratidão e apreço.


Para que a amizade cresça, é necessário que os filhos se determinem a se aproximar de seus pais e criem situações em que possam estar juntos para desenvolver companheirismo e amizade.


O tempo do jovem em casa é muito curto. Portanto, é im­portante aproveitar esses anos da juventude para firmar bem essa amizade e honrar aos seus pais.


A promessa

… para que te vá bem, e sejas de longa vida sobre a terra. Ef 6.3.


Honrar os pais é o primeiro mandamento com promessa. Quem o fizer, pode ter a segurança de que colherá bênçãos e terá longa vida.


Nada devemos fazer por interesse, o que arde no coração do discípulo é agradar a Deus, portanto a promessa não é a motivação para obedecer ao mandamento. Mas, sim, é uma bênção do Senhor. Desfrutemos dessa bênção.


Orientações específicas

a. Tarefas domésticas


Desde pequenos, os filhos são orientados a assumirem obrigações específicas. É necessário que os filhos atentem para as orientações dos pais, e façam exatamente o que eles pedem. Com o tempo, essas obrigações devem tornar-se mais voluntárias.


É agradável aos pais que os filhos façam mais do que se pede a eles. Não só deixar o quarto arrumado, mas também ajudar no trabalho da mãe: ajudar a lavar a roupa, limpar a casa, fazer compras e até mesmo na cozinha.


Quando os filhos são pequenos, a mãe faz tudo. Mas é uma injustiça per­mitir que ela continue a fazê-lo sozinha. Os filhos podem e devem assumir a res­ponsabilidade por tarefas comuns no lar. Isso honra os pais e o Senhor.


Os filhos podem e devem assumir a responsabilidade por tarefas comuns no lar.


b. Estudos


O estudo é o trabalho principal dos filhos, portanto, de­vem fazê-lo com dedicação. Muitos jovens pensam que é suficiente fazer o mínimo necessário para passar de ano. Isso é mediocridade e é uma atitude preguiçosa. O esforço deve ser para atingir o máximo de sua capacidade e alcançar todo o conhecimento possível.


O preguiçoso deseja e nada tem, mas a alma dos di­ligentes se farta. Pv 13.4.


c. Trabalho


Embora alguns jovens fiquem debaixo do cuidado dos pais até terminarem seus estudos, é importante que comecem a trabalhar desde cedo, ainda que sejam algumas horas por dia. Se conseguirem suprir seus próprios gastos, será de grande ajuda aos pais e trarão um sentido de dignidade e autoestima. O trabalho traz maturidade.


d. Relacionamento entre os irmãos


Um bom relacionamento entre os filhos também constitui honra aos pais. “Oh! Como é bom e agradável que os irmãos vivam unidos!” (Sl 133.1). Deve-se cultivar, entre os irmãos, um ambiente saudável, onde os laços familiares serão fortalecidos, formando uma amizade sólida que durará por toda a vida.


Um bom relacionamento entre irmãos, honra aos pais e forma uma amizade sólida que durará por toda a vida.


Para isso, deve-se desenvolver um ambiente rico em afeto, cuidado, serviço e respeito mútuo. Deve-se fugir das brigas, atritos e ofensas. Quando houver conflitos, deverão ser resol­vidos com um coração humilde e perdoador, segundo a Palavra do Senhor.


Tudo isso também honra e é motivo de grande alegria para os pais.


e. Gratidão


Enquanto o filho estiver debaixo do cuidado paterno, ele desfrutará de benefícios e privilégios naturais. Alguns desses, seus pais não podem deixar de prover. Outros, entretanto, são concedidos aos filhos por uma atitude de amor, carinho e graça dos pais.


É justo que os filhos reconheçam e expressem gratidão por todo serviço e bem que recebem de seus pais ao longo de toda a vida.


Além disso, os filhos recebem muito mais do que realmen­te necessitam. Porém, muitos não reconhecem isso, pensam que é obrigação dos pais. Os pais têm a obrigação de prover alimento, roupa, educação e residência enquanto os filhos não podem conseguir isso por si mesmos. O que passar disso é graça. Seria muito bom que os filhos sustentados por seus pais depois da maioridade, alguns até ajudados enquanto cursam uma faculdade, reconhecessem e expressassem uma gratidão especial pelo benefício recebido.


O coração grato de um filho agrada ao Senhor e traz grande alegria aos pais.


Via fazendo discípulos

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