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O Evangelho do Reino e o Evangelho das Ofertas


Buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua

justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.

Mt 6.33


O Evangelho das Ofertas


Hoje, na pregação do evangelho, é muito comum apresentar Jesus como solucionador dos problemas dos homens. As pessoas são atraídas pelas bênçãos de Deus. Na pregação atual, são comuns expressões como estas: “Venha a Jesus que ele vai resolver seus problemas”, “Aceite a Jesus como seu salvador pessoal”, “Venha para Ele resolver seus problemas de saúde e financeiros”.


Não encontramos estas expressões na pregação do evangelho feita por Jesus e pelos apóstolos. Embora seja verdade que Jesus é nosso Salvador, e que por meio Dele recebemos muitíssimas bênçãos, estes motivos não devem ser a razão pela qual alguém vai a Cristo.


Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas

justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo. Rm 14.17


Este é um evangelho que apresenta a Cristo como servo do homem, e não o homem como servo de Cristo. É um evangelho que coloca a felicidade do homem como centro da pregação. Não coloca Jesus e a Sua vontade como centro. Jesus disse: “Buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas”. (Mt 6:33)


Chamamos a esse tipo de pregação atual de Evangelho das Ofertas. É aquela pregação que diz: “Venha a Jesus que você vai ganhar isto, aquilo e aquilo outro”. Esta não é a verdadeira pregação do Evangelho. Todo evangelho que não apresenta a Cristo e Seu reino absoluto sobre a vida do homem não éverdadeiro.


Jesus, em uma parábola, falou de um inimigo que semearia uma semente falsa no meio do trigo. (Mt 13.24-30) O joio é uma erva que nasce no meio do trigo. É uma erva parecida com o trigo, mas que não é trigo. O trigo são os cristãos verdadeiros, que têm de fato a Jesus como Senhor de suas

vidas. O joio são os religiosos que andam no meio da igreja, mas que têm a Jesus como Senhor apenas de boca para fora. “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus.” (Mt 7.21).


Os religiosos são formados a partir de um evangelho deficiente: o Evangelho das Ofertas. Um evangelho mais barato, que não apresenta a Cristo como Senhor da vida.


Jesus sempre apresentava as condições para alguém ser um discípulo Seu:


Grandes multidões o acompanhavam, e ele, voltando-se, lhes disse: Se alguém vem a mim e não aborrece a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs e ainda a sua própria vida, não pode ser meu discípulo.

Lc 14.25-26


Assim, pois, todo aquele que dentre vós não renuncia a tudo quanto tem não pode ser meu discípulo. Lc 14.33


Prometer bênçãos e salvação, sem apresentar as verdadeiras condições para alguém ser um discípulo, é baratear o evangelho de Cristo.


Grandes multidões acompanhavam a Jesus. Mas Ele não queria enganar a ninguém. Nem todos que O seguiam eram Seus discípulos.


A Pregação das Ofertas atrai muita gente, mas não faz discípulos.


Se pregarmos um evangelho de propaganda das bênçãos, juntaremos muita gente carente, porém, não teremos verdadeiros discípulos. As bênçãos são consequências na vida de alguém que recebeu a Cristo como Senhor de sua vida.


O contraste entre o Evangelho do Reino e o Evangelho das Ofertas


A pregação de Jesus diferia em muitos pontos importantes da mensagem atual. Apresentamos a seguir um contraste entre alguns desses aspectos.


O Evangelho do Reino:


1. O centro da mensagem: Jesus, Sua vontade, Sua autoridade e Seu reino são o centro da mensagem. O homem deve buscar a vontade de Deus em 1o

lugar. A felicidade vem como uma consequência. Rm 12.1-2; Mt 6.33.


2. A atitude com Deus: Jesus é o Senhor (Kyrios), e nós somos os servos.

Deus não tem a obrigação de atender a Seus servos. Quando Ele os atende, é por causa do Seu amor.


3. As bênçãos: As pessoas estão buscando ao Senhor. As bênçãos

são consequências secundárias.


4. As promessas: Anunciam-se as promessas juntamente com as condições e exigências apresentadas por Jesus. Exemplos: Lc 12.32-34 (a bênção e a

condição p/ recebê-la.) Mt 11.28-29 (a bênção e a condição para recebê-la.)

Lc 14.26-33 e 9.57-62 são condições para ser um discípulo.


5. A condição para ser salvo: A condição para ser salvo é crer no Senhor Jesus. Crer em Sua obra e reconhecer verdadeiramente Seu senhorio. Arrependimento. Hb 5.9; At 2.38 Não somos nós que aceitamos ao Senhor. É Ele quem nos aceita, por Seu grande amor.


6. A consagração: Só existe conversão com uma consagração total, ou melhor, conversão é consagração (consagração quer dizer a dedicação

total da vida a Deus). Lc 9.57-62.


7. A porta: Mt 7.13-14. Há apenas duas portas: a larga e a estreita. O discípulo de Jesus entra pela porta estreita onde renuncia a tudo, vive uma vida reta e a dedica a servir a Cristo.


8. O perdão e a santificação: O perdão dos pecados é pela graça e gratuito, mas é seguido de uma obrigatória transformação de vida. A justificação

e a santificação andam juntas. Ef 2. 8-10; Hb 12.14; Rm 6.22; 1Co 1.30.

“A fé que justifica é a mesma que santifica.” A graça de Deus é o poder

dado por Ele para que o discípulo não viva pecando.


O Evangelho das Ofertas


1. O centro da mensagem: O homem e a sua felicidade são o centro da mensagem.


2. A atitude com Deus: Deus existe para abençoar e atender ao homem. Ele tem a obrigação de atender aos pedidos de Seus filhos. É tratado quase

como servo do homem.


3. As bênçãos: As pessoas buscam bênçãos do Senhor, e não o Senhor

das bênçãos.


4. As promessas: Anunciam-se apenas as promessas de Deus sem

falar nas condições que Jesus colocou. Exemplos: Lc 12.32 (apenas a bênção).Mt 11.28 (apenas a bênção). A palavra “Vinde a mim” não tem valor sem a condição de “tomai o meu jugo”.


5. A condição para ser salvo: A condição para ser salvo é aceitar a Jesus como Salvador pessoal. Seria o mesmo que dizer no casamento: “Aceito a

minha esposa como minha cozinheira e faxineira pessoal”.


6. A consagração: Alguém pode se converter e ser salvo sem se dedicar

completamente ao Senhor. Isto é, conversão independente de consagração. A consagração é um passo opcional que alguns assumem mais tarde.


7. A porta: Há três portas. Inconscientemente, uma porta média é criada para seguir a Cristo sem tanta renúncia e consagração. É permitido ser um crente não muito santo e nem muito dedicado a servir a Deus.


8. O perdão e a santificação: Ensina-se uma justificação independente da santificação. Isto quer dizer que alguém tem seus pecados perdoados mesmo que continue pecando. Estar debaixo da graça de Deus significa tolerância de Deus com o pecado.

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